O que poderia ser mais desconfortável que abrir as pernas para um desconhecido? (talvez abri-las para um conhecido). Nunca soube de mulher alguma que gostasse de ir ao ginecologista.
Comigo não é diferente - acho um verdadeiro martírio, necessário, porém ainda doloroso.
Graças ao senhor Georgios Nicholas Papanikolaou, que convenhamos deveria gostar muito de uma vagina, uma vez ao ano somos impelidas a fazer o bendito exame. É através da coleta de material do colo uterino, que se torna possível detectar por observação, quaisquer alterações celulares que poderiam resultar em doenças.
Vírus, tumores, infecções, todas essas coisas aparecem no papanicolau (toc toc toc na madeira).
Mas voltando ao assunto do desconforto: é uma agonia saber e sentir que alguém está enfiando uma espátula dentro da sua caixa redonda*. E o depois? pior ainda. Encarar o médico, olhar na cara dele como se nada tivesse acontecido.
Ah...mas mas isso é só o começo. Em meio a exames de prevenção, o dito cujo ainda te receita colposcopia e ultrasom. Ainda bem que nesses, ao invés de encarar de frente a bateria da salgueiro, eles enfiam um pênis de plástico encapado com camisinha e gel gelado na ponta.
Mal posso esperar!
...
*boceta: uma caixinha oval para armazenar rapé (português de Portugal, ora pois).
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enfim ...