sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Концерт / Le concert. Финал (часть 1)



Genial, deu vontade de estudar russo até :)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

EXCLUSIVO: Brasileiros entrevistam Julian Assange

Tarcísio Mender e Maiko Rafael Spiess - Apesar de o WikiLeaks ter abalado as relações internacionais, o que acha da Time ter eleito Mark Zuckerberg o homem do ano? Não seria um paradoxo, você ser o “criminoso do ano”, enquanto Mark Zuckerberg é aplaudido e laureado?

A revista Time pode, claro, dar esse título a quem ela quiser. Mas para mim foi mais importante o fato de que o público votou em mim numa proporção vinte vezes maior do que no candidato escolhido pelo editor da Time. Eu ganhei o voto das pessoas, e não o voto das empresas de mídia multinacionais. Isso me parece correto.

Também gostei do que disse (o programa humorístico da TV americana) Saturday Night Live sobre a situação: “Eu te dou informações privadas sobre corporações de graça e sou um vilão. Mark Zuckerberg dá as suas informações privadas para corporações por dinheiro – e ele é o ‘Homem do Ano’.”

Nos bastidores, claro, as coisas foram mais interessantes, com a facção pró- Assange dentro da revista Time sendo apaziguada por uma capa bastante impressionante na edição de 13 de dezembro, o que abriu o caminho para a escolha conservadora de Zuckerberg algumas semanas depois.

leia tudo aqui:

https://cartacapitalwikileaks.wordpress.com/

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

o começo e o fim ao mesmo tempo

"Os milagres da Idade Média, peças interpretadas em dias de festa, usavam da seriedade sisuda do mal e a transformavam em piada. O Diabo era um personagem cômico que se envolvia em todo tipo de falcatrua, tentando as almas e levando-as ao tormento; no entanto, o Diabo não consegue ver que, no fim das contas, Deus é sempre mais poderoso. O próprio Satã será redimido. No fim, a piada baseia-se nele; ninguém está fora do alcance de Deus. Em termos religiosos, essas montagens teatrais mandavam a mensagem de que a plenitude sempre supera a separação. Se você olha o mundo em termos de bem versus mal, é porque perdeu a piada cósmica."

Deepak Chopra, O Efeito Sombra.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

L'Illusionniste - Sylvain Chomet - Clip n°5 (HD)



If you enjoyed "Les Triplettes de Belleville" it's pretty much worth watching L'Illusionniste. Excellent animation with a few dialogues, the soundtrack brings a particular sense of melancholy to the gracious story. But be careful, don't underestimate the plot's depth: at the end you can leave the cinema with a clear impression that magic (and possibly innocence) is something rare in this world today - yet, not completely on screen.

friendly hint: take some tissues with you.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Yoko Ono: "Yes, I'm A Witch" (1974)



O querido Andrei me deu um cd da Yoko Ono, neste último domingo, é um cd de remixes de seus principais trabalhos com a Plastic Ono Band e solo. Em geral sempre apreciei o trabalho dela e em 2008 tive a oportunidade de assisti-la no teatro municipal aqui em sampa. Foi uma apresentação forte, emocionante, carregada, um tanto perturbadora com direito a interação do público (cada um de nós recebeu uma lanterninha) enfim, foi lindo demais.

Lembro que um pouco antes do final da apresentação, deixei meu assento e fui procurar os caminhos do camarim, queria muito entregar um presente a ela. Em vão, a seguraça era super reforçada. Esperei numa fila, ela chegou a receber algumas pessoas, daí casei de esperar e fui embora. No dia seguinte fomos ao CCBB para a abertura da exposição de retrospectiva e lá estava ela, plácida como sempre, posando para fotos ao lado de seus trabalhos.

E do catálogo desta mostra aqui vai um trabalho de instrução:

Cleaning Piece III

Try to say nothing negative about anybody.

a) for three days
b) for forty-five days
c) for three months

See what happens to your life.

y.o. 1996

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

faxinão

Resolvi dar uma limpada geral aqui em algumas gavetas. Vou jogar fora coisas que não prestam mais e doar outras tantas que ainda servem, não mais para mim. E eis que no meio de papéis encontro um caderninho velho e sujo com muitas anotações do tempo da universidade.

...

Urge and urge and urge,
Always the procreant urge of the world.
Out of the dimness opposite equals advance, always substance and increase, always sex,
Always a knit of identity, always distinction, always a breed of life.
To elaborate is no avail, learn'd and unlearn'd feel that it is so.

trechinho de Song of myself de Walt Whitman, 1855

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Como se fosse uma coxa de galinha suculenta.
Não importa mais saber se a lotação chegou ou não.
Porque ali já havia sido quebrada a promessa de Cecília: de que conseguiria não roer suas unhas até o sabugo por doze horas.
Falha.

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gente, o que se passava?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Denise Stoklos, Louise Bourgeois: faço, desfaço, refaço.


"O que eu mais admiro nela é que ela viveu na era pré-prozac: aguentava tudo na raça." Denise Stoklos


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"Eu não preciso de nenhum seguidor, admirador ... sou uma corredora de longa distância. E é assim que eu gosto." Louise Bourgeois


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http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2010/06/01/denise-stoklos-fala-sobre-sua-relacao-com-artista-plastica-francesa-louise-bourgeois-916757379.asp

domingo, 16 de janeiro de 2011

fala que eu te escuto

Durante minha estadia de quase um mês e meio no Yoga Niketan Ashram em Rishikesh ano passado, devo ter lido uns três ou quatro livros. Um deles escrito pelo Swami Satyananda Saraswati, sobre Kundalini Yoga.

Livro bem gostoso de ler, daqueles que você vai devagar pra não acabar muito rápido. Você quer degustar. Esse em especial, por se tratar de Kundalini, era cheio de exercícios purificadores e energizantes. Para cada chakra uma prática relacionada ao seu aspecto sutil.

Um desses exercícios, para o vishuddha, que fica na região da garganta, era curiosamente mais relacionado à nossa capacidade de ouvir que a de propriamente falar. Quantos de nós sabe realmente ouvir?

...

E justamente lá, no ambiente do Ashram, onde se vive em contemplação, ao menos durante as práticas de Yoga e meditação, e também no refeitório, o silêncio era digamos assim pouco apreciado. Muitas vezes o cozinheiro chefe vinha bater colher numa panela para pedir silêncio, pois o nível de ruído era tão alto que não bastava gritar.

Me irritei muitas vezes com isso e comecei a me isolar um pouco, sentando afastada das pessoas para que elas não puxassem papo comigo. Estava ali para pensar na vida, ficar quieta, silenciar aquela agitação mental toda. Em realidade, estava ali para tentar entender o que aquele ruído interno queria dizer.

Devo ter passado uma impressão antisocial e antipática.

Mas parei de me importar com isso pois era visivelmente óbvio que muitas vezes, considerando-se o conteúdo dos diálogos, as pessoas falavam tanto porque também se sentiam desconfortáveis com seus próprios pensamentos. Seus próprios ruídos. Então falavam qualquer coisa, para qualquer um.

E foi durante esse período de tentativa de aquietamento mental que percebi também o óbvio! que não sabia ouvir: a informação entrava por um ouvido e saía pelo outro. Pois se não queria falar a única coisa que me restava a fazer, era aceitar o que o outro estava expondo. E muitas vezes quando voltava para o quarto, tentava lembrar do que a pessoa tinha me contado e não conseguia lembrar.

Estava tão preocupada com minha própria quietude mental que não registrava nada do que falavam! E isso começou a incomodar, pois gerava mais desconforto ainda.

Foi aí que a ficha caiu. Não queria falar, estava ali por um motivo. Mas não podia forçar as outras pessoas a fazer o mesmo. Passei a ouvi-las mais e penso que isso aos poucos foi gerando um outro entendimento sobre a calma.

A partir daí notei que de alguma forma muito particular, a capacidade de ouvir está intimamente relacionada a natureza daquilo que você fala e como fala. É como se você filtrasse seu próprio discurso ouvindo o que as pessoas tem a dizer.

Com a nítida percepção de que poucos de nós estamos disponíveis para ouvir uns aos outros, senti menos vontade ainda de falar desnecessariamente e passei a me interessar mais pelo que me contavam. Uma coisa alimentando a outra, acho. Ainda bem que indisponibilidade não significa necessariamente incapacidade.

...

Foi um exercício muito interessante esse. E libertador. O problema é que agora consigo sacar quando alguém realmente está me ouvindo ou não.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Devendra Banhart - Rats

and baby when it's love if it's not rough it isn't fun


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acho que estou ficando cagonilda com o passar do tempo. antigamente viagem legal era viagem com turbulência e tempestade. hoje em dia tomo um vinhozinho pra relaxar, ou dois. às vezes três.

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comida está muito cara por essas bandas - mais um bom motivo para fazer dieta e perder a adiposidade adquirida la na terra da rainha.

mas é bom estar de volta, de certa forma. a distância é às vezes necessária para se perceber algumas coisas, esclarece, muda de perspectiva.

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percebi que junto muita tranqueira, está na hora de fazer uma faxina geral, doar coisas que não servem mais ou nunca servirão.

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achei o novo filme do Woody Allen meio chatinho. fico com o Whatever works, certo.

Jean-Michel Basquiat : The Radiant Child-- TRAILER.m4v



Assisti esse documentário no avião, na volta pro Brasil agora. Fiquei um tanto entristecida ao ver que ele não foi tão forte quanto sua obra, não soube segurar a onda. Mas de qualquer forma, brilhou feito um cometa.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

receita de ano novo

(via Daya Devi)


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido

(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)


Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.



Carlos Drummond de Andrade