Sexta-feira depois do trabalho, resolvi comprar um presente de aniversário para meu pai, aproveitei para andar pela Rua Augusta. Passei em uma lanchonete vegetariana engajada-moderninha no caminho, fiz um lanche e na volta, cortei caminho pelo Conjunto Nacional.
Passei reto pelas vitrines da Livraria Cultura, resistindo bravamente a tentação de entrar e olhar lançamentos. Daí, na hora de atravessar a Avenida Paulista uma coisa bem engraçada aconteceu.
Quando o sinal ficou verde e as pessoas começaram a atravessar, um cara que estava na calçada central, entre as duas pistas, começou a tocar bateria, uma outra pessoa triângulo e outra um pandeiro. Começou então um bailão em plena faixa de pedestres, todo mundo dançando um baião-forró-rasgado-for all. Atravessando e dançando.
É claro que eu também entrei na brincadeira e atravessei o percurso dançando alegremente.
Já estava um final de tarde mais que agradável e depois de chegar ao outro lado da rua fiquei com vontade de esperar para atravessar de volta para mais uma vez retornar e seguir para casa. Mas não fiz.
Achei que a doçura daquele momento deveria caber naquela atravessada só e mais nenhuma.
...
Hoje depois de mais uma vez voltar do trabalho, mais uma vez ter caminhado pela Augusta, mais uma vez ter cortado caminho pelo Conjunto Nacional e ter mais uma vez resistido as vitrines sedutoramente decoradas da Livraria Cultura, caí na mesma faixa de pedestres na Avenida Paulista.
Mas desta vez a barulheira não vinha de pratos nem de triângulos. Mas de apitos e gritos de "Fora Sarney" vindo de milhares de pessoas usando nariz de palhaço.
"Ei você que está olhando, o Sarney tá te roubando!!" gritavam as pessoas.
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Morar perto da Paulista tem muitas vantagens, e talvez a maior delas seja justamente essa possibilidade permanente de surpresas.
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enfim ...