Já me acostumei as reações de algumas pessoas quando, em ocasiões que envolvem comida, me perguntam quase que embasbacadas "ah... você não come carne? mas peixe come né?" e a resposta é um não, tímido e contido. Não, pois peixe pra mim é carne também.
Isso tudo começou uns cinco anos atrás, quando comecei a praticar Yoga de verdade, a frequentar satsangas, workshops e cursos no centro em Porto Alegre. Ninguém nunca me disse que não poderia praticar se ingerisse carne, mas a orientação era pra realmente diminuir, principalmente a vermelha pois é prenhe de toxinas. Não precisei fazer esforço algum pois curiosamente meu próprio organismo começou a rejeitar carne depois de algum tempo de prática. Lembro de uma tarde quente, acho que fazia uns 40 graus, era verão e depois do almoço me senti muito pesada. Acho que foi a última vez que comi carne vermelha, ficava só no franguinho grelhado ou peixe, sushi e sashimi na maioria das vezes.
Aí um pouco depois disso li algo a respeito dos hormônios que são colocados na ração dos frangos quando eles são pequeninos nas granjas: eles comem, crescem rápido e são abatidos. Isso tudo em um período muito mais rápido que o normal. Também parei, comecei a achar o gosto muito estranho e me sentia constrangida em fazer parte deste ciclo.
Sobrou o peixe. Meu favorito era salmão, principalmente cru, com bastante gengibre, wasabi e shoyu. Era impossível pensar em um dia abdicar deste incrível alimento, saboroso e ultra nutritivo. Ora essa, afinal peixe não sofre, tem de monte e ah, nós humanos somos os mais evoluídos então por que deveríamos nos preocupar com animais, não é mesmo?
Aí um belo dia, se não me engano setembro do ano passado, estava no trabalho e pedi um temaki de salmão, cebolinha, cream cheese e amêndoas torradas, um dos favoritos. Fiquei enjoada o dia inteiro arrotando peixe, um horror, não sei como aquilo foi acontecer. Acho que foi uma falta de sorte porque nunca havia passado mal com sushi. Mas a partir daí também não comi mais peixe algum ou camarão ou qualquer coisa do tipo e admito que não sinto falta nenhuma, por incrível que pareça. Não me sinto fraca, desnutrida ou anemica.
Depois de aprender algumas coisas no Yoga, sobre prana e alimentação vegetariana; depois de assistir alguns filmes/documentários que mostram matadouros, granjas e desequilibrios ecológicos; depois de ter passado mal fisicamente ao comer; perceber quanto desperdício e sofrimento estão envolvidos na matança e consumo de carne, que não é essencial a nossa saúde; fui para a India e não vi ninguém morrendo por ser vegetariano (a água daí já é outro problema) enfim, depois dessas coisas todas me sinto cada vez menos inclinada a colocar um pedaço que seja na boca.
Claro que considero importante respeitar a opinião alheia, cada um é livre para fazer aquilo que quer e gosta, mas acredito mais ainda em algum senso de responsalidade por nossos atos. E se participamos de algo é porque, de certa maneira, em graus diferentes, concordamos com aquilo. E eu não apoio matança, crueldade e desperdício.
Esse é um tema que sempre gera discussão, cada qual com seu embasamento. Confesso que na maioria das vezes poderia e deveria ter mais paciência ao expor os motivos, que para mim são absurdamente óbvios e claros.
...
Trata-se de uma outra consciência planetária, saca? ;)
...
Mas como nem tudo são flores, o namorado é o maior carnívoro da paróquia e eu gosto dele exatamente assim.
Adorei amiga !!!
ResponderExcluirTb nao sinto a menor falta de carne de frango e muito menos de gado. A India me desintoxicou !!!!
e quero saber se ja esta de malas prontas ?
Grande beijo, Aline
tirando as malas do armário ainda queridinha!!
ResponderExcluirmsn msn
beijo!
saudades de ti