terça-feira, 28 de abril de 2009

slow drive long life

Me mudei para o hotel das meninas no domingo, tomamos cafe e fomos ao Museu Nacional de Arte Moderna. Riquissimo acervo de artistas indianos do seculo 18 ao 21 - gostei especialmente dos trabalhos de dois artistas. Mas falarei deles depois pois estou sem meu caderninho de anotacoes.

Paula voltou pra Seattle no mesmo dia a noite e ficamos Jenny e eu em Delhi. Embarcamos em uma excursao para Agra, de onibus para visitar o Taj Mahal. Passada a histeria inicial de estranhar tudo e ficar chocada com as diferencas culturais, comecei a gostar bastante e entrar no clima. Nao vejo sentido em viajar e colocar defeito em tudo. Acho triste a ideia de querer que o lugar se adapte a voce e nao o contrario.

O complexo do Taj Mahal e um lugar muito lindo cercado por entradas nas quatro direcoes. Foi uma pena ter ficado apenas meia hora e ter caminhado sob um sol de 43 graus. Na volta passamos por Brindavan onde se cre que Sri Krishna viveu como vaqueiro. Fomos ao templo e esse sem duvida foi o momento mais emocionante ate agora. Bem na hora que estava tirando os sapatos, ouvi os sinos do arati que comecava la dentro. Sai correndo e entrei no templo onde muitas pessoas se aglomeravam para assistir ao ritual.


Nao da pra explicar a felicidade de ter assistido a esse arati e a energia que recebi ao final. Senti uma injecao de coragem e decidi seguir em frente na viagem, simplesmente me entregar.


Jenny trocou sua passagem para hoje de noite e nao embarcou comigo para Jaipur, no Rajastao, onde estou agora. Nos iriamos juntas para Varanasi antes dela voltar para Vancouver, mas como nao estava se sentindo bem achou melhor ir embora.

Depois daquela crise de choro que tive no primeiro dia as coisas estao se equilibrando aos poucos. Nao me importo com o cheiro de bosta de vaca, de lixo queimando de noite, de maconha, das pessoas curiosas que perguntam sobre voce na rua. Dos que tentam vender as coisas ou ate mesmo aqueles que tentam te enganar. Ha tambem pessoas de boa fe que apenas querem saber de voce, te mostrar coisas novas e te ajudar. Nao sinto pena por serem humildes ou diferentes. Sao pessoas vivendo suas vidas, trabalhando e toda esse contraste nao me incomoda. Muito pelo contrario estou adorando ver tudo isso e aprender a cada situacao que se apresenta.

Estou sozinha em um hotel muito charmoso e barato perto do centro da cidade. Amanha visitarei o Ambar Fort e creio que pegarei um trem para Varanasi depois de amanha.

As coisas comecam a clarear em minha mente. Estou feliz. :)



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