segunda-feira, 11 de maio de 2009

Darjeeling

Deixei Kathmandu sob forte tempestade. Raios, trovões e rajadas de ventos, não podia mais ficar la sem que lembrasse dele. Parecia andar pelas ruas ainda segurando sua mão. No sábado Lorrance, Ivan, da Wang e eu fomos ao Boudhanath Stoupa para assistir a celebração da lua cheia. Muita gente, música, reza, foi uma tarde muito gostosa e pacífica. Aquele lugar tem realmente uma aura mágica que afasta de ti todo e qualquer pensamento. Tomei uma sopa de tomate no terraço de um dos restaurantes do complexo, enquanto descansávamos e jogávamos conversa fora. A noite jantamos juntos e eu capotei na cama às onze horas, estava exausta mentalmente.

Peguei o ônibus para Kakarvitta no final da tarde seguinte. Deixar Kathmandu me aliviou um pouco o coração - chega um momento em que você tem que escolher entre repetir a mesma música ou ouvir a próxima. Decidi seguir em frente e voltar para a India. Foi uma viagem chata e cansativa. Conheci dois viajantes russos malucos e ao chegar em Siliguri, Dan, outro inglês se juntou a nós. Vladimir, um dos meninos russos, parece ter saído de um livro do Bukowski - uma garrafa de destilado na mão, cigarro na outra e um peixe fedorento que de vez em quando ele tira da bolsa, desembrulha e come.

Pegamos um jipe rumo a Darjeeling - mais ou menos uma hora e pouco subindo por uma estrada sinuosa a beira de um barranco com pouca visibilidade e bastante neblina. A impressão que você tem é que esta indo pro céu e vai encontrar algo realmente fantástico a qualquer momento. Uma revelação talvez.

E só consigo pensar nele. Acho melhor agilizar logo minha ida ao Ashram e tentar acalmar. Tenho vontade de gritar alto, com todas as minhas forcas, para que ele escute la do Everest e volte pra mim.

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enfim ...